terça-feira, 23 de março de 2010

Novas Aplicações para Netbook.

Se eu tivesse que apontar qual a contribuição mais importante dos netbooks para o mundo da informática, diria que foi a diversificação do mercado de sistemas operacionais. Teoricamente eles são “PCs” como quaisquer outros, e rodam o mesmo software, mas características de hardware como o tamanho das telas, recursos de rede, tamanho das baterias, poder de processamento e espaço em disco disponível forçaram os desenvolvedores a fazer uma série de ajustes aos seus produtos.
O resultado foi uma explosão de sistemas operacionais para todos os gostos. A maioria dos netbooks vem com Windows de fábrica (XP ou 7, ultimamente), mas ele pode não ser a melhor opção para todos os usuários. Confira abaixo cinco sistemas operacionais “alternativos” que você pode usar para tirar o máximo de seu portátil. E o melhor, a maioria deles é gratuita!
Ubuntu Netbook Remix - Versão para netbooks da distribuição Linux mais popular na atualidade, o Ubuntu Netbook Remix roda os mesmos programas, e tem os mesmos recursos, que a versão desktop. As diferenças são otimizações para o hardware típico dos portáteis (para reduzir o tempo de boot e consumo de memória, por exemplo), e uma nova interface gráfica otimizada para as telas de “baixa resolução” (1024 x 600 pixels) geralmente usadas. Para baixar esse programa basta entrar nesse endereço.
Assim como o Ubuntu “de mesa” o Netbook Remix é gratuito, e pode ser baixado no site oficial. O arquivo tem 600 MB e deve ser “expandido” para um pendrive de pelo menos 1 GB ou gravado em um CD-ROM (se você tiver um drive externo para fazer a instalação). Depois de instalado, o sistema ocupa pouco mais de 2 GB de espaço em disco, ou seja, cabe em praticamente qualquer netbook do mercado (com exceção dos MOBO da primeira geração).
Usuários do Ubuntu tem à disposição uma imensa variedade de software gratuito (vejam o ícone Ubuntu Software Center na seção Favoritos do menu inicial), e uma série de utilitários tornam fácil realizar tarefas como se conectar a redes Wi-Fi ou 3G ou compartilhar arquivos (ou a conexão à internet) com um celular via Bluetooth.
Jolicloud - O Jolicloud pode ser descrito como uma interessante mistura do Ubuntu Netbook Remix (do qual empresta alguns componentes) com o conceito de “Cloud Computing”, que cai como uma luva em um aparelho “sempre conectado” como um bom netbook.
A idéia é simples: um sistema operacional otimizado para os netbooks (tempo de boot reduzido, extenso suporte a hardware) e com integração a redes sociais e os aplicativos “web 2.0″ que você mais utiliza. É uma espécie de “melhor dos dois mundos”: não importa se você quer continuar usando aplicativos locais (e o Jolicloud tem tudo o que uma boa distribuição Linux tem) ou mergulhar de cabeça no mundo da web, o Jolicloud tem algo para você.
O sistema é especialmente atraente para quem tem netbooks baseados em hardware “manhoso” como o chipset de vídeo Intel GMA500 ou os novos processadores Atom baseados na arquitetura Poulsbo. Distribuições Linux comuns rodariam com problemas (ou simplesmente não rodariam) nestas máquinas, mas o Jolicloud as recebe de braços abertos. O objetivo da primeira versão do Jolicloud é rodar em todos os netbooks atualmente do mercado, do mais humilde Mobo com processador VIA C-7 e 2 GB de espaço em disco aos novíssimos modelos com processadores Atom de baixo consumo e aceleradoras para reprodução de vídeo em alta-definição.
O Jolicloud ainda está em desenvolvimento, e até pouco tempo atrás só era acessível a “beta testers” convidados. Atualmente há uma versão pública (embora ainda beta) disponível para download em duas versões: a Express pode ser instalada junto com o Windows em regime de dual-boot e a ISO, que é recomendada para quem quer colocar o Jolicloud como o único sistema na máquina. Ambas são gratuitas.

Android - O primeiro sistema operacional criado pelo Google foi feito pensando em smartphones, mas como ele é Open Source nada impede que um desenvolvedor o adapte ao hardware que quiser, seja a máquina em questão uma lavadora ou um netbook.
O projeto Android X86, por exemplo, trabalha em uma versão do Android para dispositivos baseados em processadores Intel x86, o que inclui a maioria dos netbooks no mercado (equipados com um processador Intel Atom). A versão atual, 1.6, roda praticamente “perfeita” em um ASUS EeePC 701 (o primeiro netbook), e segundo o site oficial vários outros netbooks são total ou parcialmente compatíveis.
Feita para smartphones touchscreen, a interface do Android causa um pouco de estranheza em um netbook controlado com um mouse ou trackpad, mas é possível se acostumar rapidamente. O usuário vai precisar rever alguns conceitos: aplicativos sempre rodam em tela cheia, e não é necessário “fechar” os programas, por exemplo.
Em compensação o Android em um netbook é um foguete. Mesmo um EeePC 701, com seu processador Celeron rodando a 900 MHz, é muito mais rápido que os processadores ARM de 500 MHz usados na grande maioria dos smartphones atuais. O navegador abre em um segundo, monta as páginas com velocidade impressionante, e no geral tudo reage instantâneamente.
Infelizmente, como a versão do Android para netbooks não é “aprovada” pelo Google, não há acesso ao Android Market, a loja de aplicativos que é uma das grandes atrações deste sistema. Há uma loja alternativa, mas número de opções é bem menor. Ainda assim, vale a pena dar uma olhada no Android X86.
Chrome OS - O novo sistema operacional do Google feito sob medida para netbooks ainda não está pronto (isto só vai acontecer no final do ano, segundo a empresa), mas já é possível ter um gostinho do que vem por aí. Como? Graças a “hackers” como o Hexxeh, que de posse do código-fonte do Chrome OS (livremente disponível sob a licença GPL) criam versões experimentais do sistema, prontas para rodar na maioria dos netbooks já no mercado.


A versão mais recente, batizada de Flow, pode ser baixada gratuitamente no site do desenvolvedor. É um arquivo de cerca de 300 MB que deve ser “expandido” em um pendrive de 2 GB (veja as instruções). Depois, basta dar boot no netbook usando este pendrive para rodar o Chrome OS.O sistema ainda está em desenvolvimento e o suporte a hardware é incompleto (ou seja, partes de seu micro podem não funcionar), mas dá pra brincar. Por enquanto o Chrome OS não é mais que uma sessão do navegador Google Chrome em tela cheia, com alguns extras como um medidor de bateria, gerenciador de conexões Wi-Fi e atalhos para aplicativos na web. Mas se tudo de que você precisa é de uma conexão e um navegador, pode ser o suficiente.
Mac OS X - Transformar um netbook com processador Intel Atom em um “Hackintosh” rodando o Mac OS X não é difícil: eu mesmo fiz isto quando comprei meu Dell Mini 9, e relatei a experiência aqui no blog.


Apesar das aparências o processador Intel Atom aguenta bem o sistema da Apple, e a dupla se sai muito bem nas tarefas do dia-a-dia. O ideal é usar um netbook com pelo menos 1 GB de RAM e bastante espaço em disco: os 16 GB de meu Dell Mini 9 são o mínimo recomendado. Aventureiros podem procurar instruções em sites como o OSX86Project.
Ficam alguns avisos: instalar uma cópia pirata do OS X em seu netbook é tecnicamente ilegal, já que mesmo uma cópia original viola a licença de uso do sistema operacional, que especifica que ele só pode ser instalado em hardware da Apple. Prossiga por sua própria conta e risco.
Além disso, é necessário cuidado para nunca instalar atualizações de sistema antes de verificar nos fóruns o impacto que elas terão sobre a estabilidade da máquina: um “hackintosh” é hardware não aprovado pela Apple, e ela não vai se esforçar para fazer ele rodar redondinho em máquinas que não lhe trazem lucro. Pelo contrário…
“Bonus Round!”, Moblin - O Moblin nasceu de um esforço da Intel para desenvolver um sistema operacional otimizado para portáteis baseados em seus processadores Atom, e depois foi deixado sob a tutela da Linux Foundation. É baseado em Linux, mas tem algumas características que o tornam único.
Uma delas é o tempo de boot: você nunca viu um netbook “dar boot” tão rápido. No meu Dell Mini 9 são 10 segundos, descontando o tempo da BIOS. Compare com os quase 30 do Ubuntu Netbook Remix. Outra é uma nova interface gráfica, que abandona o conceito de “desktop” dos sistemas operacionais comuns em favor de uma série de painéis dedicados a atividades específicas, como redes sociais ou navegação na internet. O suporte a hardware é bastante completo: até o modem 3G de meu Dell Mini 9 foi reconhecido, mas tive de instalar os drivers para Wi-Fi manualmente (eles não são inclusos no sistema por questão de licenciamento).
Intel e Nokia anunciaram recentemente a fusão de seus sistemas operacionais Maemo e Moblin para a criação de um novo sistema batizado de MeeGo, então o futuro do Moblin, como existe na versão atual (2.1) é incerto. Mas se você tem um netbook e quer experimentar algo rápido e inovador, não deve deixar de dar uma olhada no Moblin.

Robson Reboucas
rareboucas@hotmail.com
Administrador de Sistemas
http://rareboucas.blogspot.com/






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